PIB de Passo Fundo: R$3.065.273.000,00. Você sabia?

O Pib de Passo Fundo é esse mesmo. Você não está enganado. Com a população estimada em 185.187 habitantes, a renda per capita no município é de R$ 16,723,00, por ano. Ou seja: 1.390 por mês. Nesse cálculo eu não considerei um décimo terceiro salário.

Mas quem ganha tudo isso? Com certeza não é toda população. E não existem dados tão específicos. Eu desconheço, pelo menos.

Esses dados citados acima são da FEE (Fundaçao de Economia e Estatística, mantida pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul. Este instituto faz análises conjunturais da economia que ajudam a fazer análises mais abrangentes.

Passo Fundo, portanto, já é a nona economia entre os municípios gaúchos. De acordo com release divulgado pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal, os prognósticos do PIB de Passo Fundo são positivos para os próximos anos por conta dos resultados finceiros da empresa BSBios que passarão a contar a partir de 2010.

Das informações contidas no balanço da FEE uma merece destaque: "Os maiores municípios não são agrícolas, ou seja, a agropecuária tem uma pequena participação no valor adicionado gerado. O setor serviços destaca-se como a atividade mais importante nesses municípios, sendo responsável pela maior parte do valor gerado".

Esta é uma grande novidade. Sempre achei que a principal atividade gaúcha era o agronegócio. E não é! Quero tratar a respeito disso no futuro.

Mas voltando a questão dos indicativos relativos ao PIB, temos os chamados IDH-M que medem o nível de desenvolvimento levando em consideração os indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (Pib per capita). O índice, que varia de 0 a 1, marca em Passo Fundo 0,8040. E isso significa que o IDH de Passo Fundo pode ser considerado alto já que a taxa de analfabetismo (2000) é de 5,64%, a expectativa de vida ao nascer (2000) é de 68,51 anos e o pib percabita é de R$ 16.723,00, como mencionado no começo da postagem.

Informações sobre Passo Fundo no site do IBGE

Para começar a desvendar as peculiaridades de Passo Fundo vamos recorrer as estatísticas, para depois, em postagens futuras, irmos aos fatos. Estes dados podem render boas matérias para serem aprofundadas aqui no blogue.

Então, vamos aos números! Alguns dados sobre Passo Fundo, no principal site brasileiro de estatísticas, o IBGE, são bem defasadas, como, por exemplo, o Censo domiciliar de 2001 - o que é compreensível uma vez que este tipo de levantamento que demanda muito tempo e dinheiro, ocorre a cada dez anos.

Mas existem dados que encontram-se muito desatualizados como, por exemplo, as informações sobre a representação política da cidade, que datam de 2004. Naquele ano, o atual prefeito teve 37.942 votos de um total de 120.099 eleitores. Ou seja, o prefeito Airton Dipp já se reelegeu, está quase chegando na metade do novo mandato e as estatística ainda não estão disponíveis. Preocupante.

Outro ponto fraco são as informações, de 2005, sobre os serviços de saúde, uma das principais vocações da cidade. De acordo com o levantamento, dos setenta e dois estabelecimentos de saúde, 60 fazem atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Dos 837 leitos para internação oferecidos na cidade 768 são de estabelecimentos de saúde privados, enquanto que 69 estão nos serviços inteiramente públicos. Destes 768 privados, 704 também são utilizados para pessoas que não possuem planos de saúde. Isto é, o governo cobre os custos para estas instituições hospitalares. Com informações do DATASUS/Ministério da Saúde.

Outra qualidade de Passo Fundo, gritada aos quatro ventos, é seu sistema de ensino. Batizada como um pólo educacional, as informações do IBGE também estão atrasadas. Em 2008, no ensino fundamental tínhamos 27.151 alunos e no 2°grau, 7.034. Mil quinhentos e cinquenta e quatro professores atuam no ensino fundamental enquanto que outros 556 educadores atendem o ensino médio na cidade. Estes dados são do Inep/Mec. Não estavam disponíveis os dados sobre ensino superior, tampouco se as escolas particulares estavam incluídas nesse levantamento.

Com base no censo domiciliar de 2001, a estimativa da população ficou em 187.507 habitantes em 2009. Em 2008, mais homens morreram comparados às mulheres: 705 e 564, respectivamente.

A área da unidade territorial de Passo Fundo é de 780 km2, localizada no bioma Mata Atlântica. O site do IBGE também apresenta um ligeiro histórico da cidade, que vale a pena ser lido. Só fica aqui a crítica quanto ao trecho em que descreve Passo Fundo como uma terra "infestada" por índios. O que é isso? Que preconceito é esse? Até parece que índios são insetos, qualquer coisa, menos gente como a gente.

No site também tem informações sobre as finanças públicas, mas elas se restringem à divulgação dos dados de 2007. Esse tema merecerá um post novo, com os dados da base de dados do Contas Abertas que é muito mais detalhada e consistente.

para regristrar o blogue

No meio, assim, sem explicação.
BlogBlogs.Com.Br

Passo Fundo não é o fim do mundo!

A idéia de criar esse blogue era antiga, ficou em gestação uns três meses. Primeiro eu precisa de umas férias para a cabeça pois tinha passado os últimos dois anos fazendo Mestrado em Jornalismo em Florianópolis.
Depois disso, voltando ao cotidiano de Passo Fundo, precisava de uma proposta consistente e que pudesse ser de interesse das pessoas que moram aqui.
Mesmo com o nome definido e a proposta também, eu ainda precisava mais motivação. Ela chegou no último sábado quando fui selecionada para fazer um curso à distância oferecido pela Abraji e pela Ong Contas Abertas.

Para vocês entenderem porque esse curso foi determinante para a criação desse blog é simples: ele era destinado exclusivamente para quem trabalha em um veículo jornalístico convencional. Daí a obrigação que eu senti de divulgar os dados que eu terei acesso neste curso sobre COMO INVESTIGAR OS GASTOS PÚBLICOS.

Amanhã vou divulgar as informações sobre Passo Fundo disponíveis nas bases de dados do Tesouro Nacional da União e tentar explicar como funciona o orçamento do município e onde esta verba deve ser aplicado, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Sobre como fazer Jornalismo sem trabalhar em um veículo convencional

A profissão de jornalista está, diariamente, revendo seus preceitos e técnicas, tendo em vista o grande impacto da disseminação do acesso à internet na atividade. A rede, sem dúvida, abriu um novo caminho para os jornalistas no mundo inteiro: manter blogues jornalísticos.

Em tempos de Twitter, até mesmo o blogue - uma ferramenta de comunicação extremamente recente - já está precisando se reinventar em busca de novas funções no grande fluxo de informações. Não adianta falar só sobre a vida pessoal (embora possa até funcionar em casos isolados), mas o grande diferencial de manter um blogue é tratar de um assunto que seja de absoluto interesse do blogueiro e de uma "rede" de pessoas.

No caso, como o nome já indica, o assunto é Passo Fundo e a rede são os passo-fundenses que tem acesso à internet.

A idéia é monitorar a produção jornalística que é veiculada diariamente pelos meios tradicionais de Passo Fundo (indicando, comentando, aprofundando as matérias), além de usar como fonte os usuários nas redes sociais (Twitter, Orkut, Facebook) que estão repercutindo algum fato relacionado à cidade.

Ao lado dessas propostas, outro objetivo do blogue é de produzir conteúdo original, com base em informações públicas que estão na internet, no sítio da Prefeitura, para ficar em apenas um exemplo, e pautas sugeridas pela audiência, com apuração nas ruas da cidade.

Em tempos de muitas transformações e poucas certezas, reunir e organizar as informações sobre a cidade que estão dispersas na rede, pode ser uma contribuição. Ao fazer a "cobertura da cobertura" da mídia e agrupar estes conteúdos neste espaço virtual a comunidade poderá não só refletir em torno das grandes temáticas propostas pelos meios de comunicação, como também começar a participar. Primeiramente deixando comentários aqui neste blog e, posteriormente, utilizando as informações para transformar o seu próprio cotidiano e, talvez, a realidade de sua casa, família, amigos, bairro, trabalho. Ou seja, das suas próprias redes.